VÍDEO: celebração de Corpus Christi em Vale Vêneto teve público reduzido por conta da pandemia

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Presença de fiéis foi reduzida para evitar contágio do coronavírus

Para uma comunidade acostumada a receber centenas de fiéis para as celebrações de Corpus Christi, o vazio e a tranquilidade da manhã de quinta-feira em frente ao centenário templo de Vale Vêneto, semelhante a qualquer outro pacato dia do ano na localidade, foi de estranhar. Dentro da igreja, considerada por muitos a única da América Latina consagrada ao Corpus Christi, a celebração de uma das datas mais importantes para o cristianismo reuniu apenas cerca de 70 pessoas. E as mudanças causadas pela pandemia do coronavírus nas tradições do Vale Vêneto não pararam por aí: a tradicional procissão e até mesmo o momento da Eucaristia tiveram processos alterados para evitar o contágio da Covid-19.

Os tradicionais tapetes de serragem estavam lá, em menor quantidade, na escadaria frontal. Dentro da igreja, os bancos estavam marcados com fitas para evitar aglomerações. Todos os 70 fiéis acompanharam a celebração com máscaras, espalhados e afastados uns dos outros dentro da igreja. Olhos mais atentos também puderam perceber um item estranho sobre o altar da celebração: um pote de álcool gel, usado pelo padre e auxiliares para higienização durante a missa. A equipe de músicos e cantores também deram um show durante a missa. Os cânticos ecoavam pela interior da imponente estrutura.

Com apenas 30% da capacidade do templo liberada, a missa foi transmitida ao vivo pela internet e por rádios locais. Um tripé com um celular, em frente ao altar, representava as centenas de pessoas que acompanhavam a celebração de casa.

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- Quem está em casa não pode comungar diretamente do corpo e sangue de Jesus, mas vale a fé e também a importância da pessoa participar de casa e, pelo momento em que estamos vivendo, tem todo um sentido e um valor especial. Então é claro que é muito bom que as pessoas acompanhem de casa. Queremos proteger a vida de todos os seres humanos - reflete o pároco Romildo Gerardi, de 59 anos. 

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Durante a eucaristia, hóstias foram levadas até os fiéis

Durante a comunhão, foram os celebrantes que levaram a Eucaristia até os fiéis, que permaneceram nos bancos, ao contrário da tradicional procissão até o altar para receber a comunhão. Algo semelhante ocorreu na tradicional procissão de Corpus Christi após a celebração, no lado de fora da igreja. Apenas padres e auxiliares percorreram os tapetes pela escadaria, fizeram a volta na praça e rapidamente retornaram para a igreja. Os fiéis observaram o cortejo parados na parte da frente da igreja. Alguns moradores também assistiram o ritual da janela de casas próximas. Toda a celebração durou 1h20min.

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O morador Valderi José Pivetta, de 74 anos, vive em Vale Vêneto desde 1951 e relata nunca ter presenciado algo semelhante. 

- É uma festa importante para a Igreja Católica, faz referência a ceia de Cristo, uma comemoração do Jesus Eucarístico. Participo das missas todos os domingos, e este ano está sendo atípico, completamente diferente dos outros - conta.

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Procissão foi realizada apenas pelo padre e auxiliares, enquanto que os fiéis aguardaram na entrada da igreja

O pensamento é compartilhado por Amauri Pivetta, de 69 anos, que durante toda a vida reside na localidade. Para ele, a celebração de Corpus Christi tem um significado especial. 

- Para mim, e acredito que para muitas pessoas, representa a vida que a gente tem que levar, as tradições. Ainda permanece a fé nesta localidade. Apesar de estar reduzido, desses problemas com o vírus, ainda levamos adiante esta tradição - relata.

A tradicional confraternização, com almoço e festa, não foi realizada. No lugar, foram vendidas fichas para retirada de porções de risoto, bife e galeto, para o consumo em casa.

* colaborou Felipe Backes